A Maravilha #22

A Super-Ego pode ser uma materialização da trilogia psicanalítica, se considerarmos o nosso património maquinado essencialmente paternalista e uma extensão do chamado psychischer apparat. Se atendermos a uma fenomenologia dos equipamentos tecnológicos, estaríamos perante o desactualizado modelo SUPER THREAD 4. E ainda, perante a identidade maquínica SD60116. Abandonada num corredor de passagem do edifício departamental, e dotada de uma discreta aparência, esta Ego não revela os seus mais valiosos efeitos. Apenas as linhas metalizadas que se apresentam como restos e nos informam da sua constante actividade: alinhar. Ou nivelar informação através de linhas de execução. Os restos são as pontas. Os inícios ou os fins sem fim, sendo que o objectivo da operatividade desta máquina é, sem surpresa, a implementação da linearidade. É a sua silenciosa discrição e os cantos que permitem o seu funcionamento sem sobressalto. Só actos interruptores suspendem esse alienado estádio.