A Maravilha #32
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A Maravilha #31
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O Cinema Vertical. Dean e Deren.
Nota: “The distinction of poetry is its construction (what I mean by “a poetic structure”), and the poetic construct arises from the fact, if you will, that it is a “vertical” investigation of a situation, in that it probes the ramifications of the moment, and is concerned with its qualities and its depth, so that you have poetry concerned in a sense not with what is occuring, but with what it feels like or what it means.” (Deren, in Poetry an the Film: A Symposium)
A Maravilha #30
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O Sismógrafo (Zhang Heng, 132 d.C.). “Enquanto continuo a espreitar pelo canto do olho, apuro o ouvido à escuta do rumor que sobe, que aumenta. É um ruído de mandíbulas, ténue e formidável, uma linguagem de térmitas. Um idioma estranho, agudo e rude, feito de rangidos de saibro e de bicadas, um dialecto de insecto.” Mais, “Trinta milhões de besouros e de cigarras, de joaninhas e de grilos, todo um povo de insectos arcaicos — gafanhotos, lagartas, pulgões e borboletas — tomou posse da mesa e das cadeiras, dos móveis, das paredes, com um furor de animalejos. Põem-se em movimento com o tórax e o abdómen, as patas, as asas e as antenas. Roem, escavam, furam e debicam, pululam sob os rodapés. Têm a cabeça extremamente móvel poisada sobre um pescoço muito estreito. Carregam a casa inteira às costas”; (in, Ferrier, Michael, Fukushima: crónica de um desastre). O Sismo Vertical.
A Maravilha #24
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O comprimento de onda versus o mesmo comprimento de onda = comprimento x 2 (no mínimo). A onda é abstracta. Assim pode ser definida pela sua amplitude que, ortogonalmente se relaciona com a direcção da sua propagação. Por amplitude consideremos a extensão ou a abertura angular. Mas não deixemos de lado hipóteses como o alcance de um projéctil ou a curva descrita por um astro. Por propagação consideremos então, a difusão e a comunicação por contágio e também um modo de transmissão. Ainda que cientificamente a amplitude possa ser o valor máximo de uma quantidade variável com o tempo, a propagação definirá sempre a distância.
A Maravilha #22
A Maravilha #21
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Sem projectar imagens e sem ser apenas uma lâmpada de 1000 watt, este aparelho azul bizâncio é o conclusivo estudo do “Coronel” Dinshah Pestanji Ghadiali. A cor é o argumento terapêutico, enquanto a luz é a energia sem divindade que o trespassa. Reproduziram-se pelo menos 10.000 equipamentos, tudo vendido. Na arquitectura própria foram conduzidas as sessões de cromo-terapia, The Spectro-Chrome Institute, Malage, em New Jersey (1933). As falsas curas e a pena cumprida, não impediram que o efeito deste singular aparelho se perpetuasse. Os estudos sobre a luz, a cor e a electricidade endureceram campos como a psicologia (também a da arte), o naturalismo, etc; ou ainda as conhecidas e ainda actuais práticas new age. De uma nota de rodapé da história da medicina, o emergente Homo Luminous ganhou resistência. E a sua omnipresença encandeia desde, pelo menos, o tempo das luzes. Mas prestemos mais atenção aos tecno-ilusionistas já apontados, pois lembram que talvez guardados na sombra estejam outros e genuínos (a)pareceres.
A Maravilha #20
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A Maravilha #19
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A Maravilha #18
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A Maravilha #17
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“A humanidade não permanecerá para sempre presa à terra” (Konstantin Tsiolkovsky, 1857-1935). Esta bem poderia ser uma das frases base que impulsionou a “Nomenclatura Lunar”, especialmente esta que escrita jaz no túmulo do referido cientista Russo. No prólogo de A Condição Humana (1958), Hannah Arendt dá conta deste facto, alertando que as realizações da ciência afirmaram o que o homem tinha antecipado em sonhos — “sonhos que não eram loucos nem ociosos” — assim como a literatura de ficção científica à qual “ninguém” (?) deu a devida atenção.
A reflexão de Arendt sobre a era moderna parte da averiguação histórica da distância entre o homem e o seu mundo, ideia que resume na expressão “ponto de vista arquimediano”: a utilização de um instrumento científico mediador que comprovava o que antes estava destinado à contemplação sensorial directa, não fez mais do que desvalorizar a aptidão dos sentidos para adquirir a verdade do mundo que lhe aparecia. Aqui “mundo” compreende a seguinte divisão postiça: o que foi dado ao homem (a natureza que existe sem o seu auxílio) e o que foi fabricado pelas mãos do homem (homo faber). O dito “ponto” deslocou de tal forma o homem que a alienação passou a ser o estado estimado e dirigente das fábricas dos homens. Por exemplo, a ciência moderna isolou a natureza, ou melhor, chegou a fabricá-la dentro dos laboratórios, herméticos a eventuais distúrbios. Talvez devêssemos reter um pouco mais aqui, pois tem de ficar claro que os instrumentos, ferramentas e utensílios foram feitos pelo homo faber para construir um mundo e não para com eles servir uma necessidade vital do humano. O exemplo mais radical desta alienação foi o exercício de abstracção matemática. O discurso dos signos, um dos instrumentos mentais mais importantes da ciência, revela-se tão longe da palavra através da qual os homens comunicam que permitiu a libertação espacial, material e terrena, pois, “em vez de observar os fenómenos naturais tal como estes se lhe apresentam, (o homem) colocou a natureza sob as condições da sua própria mente, isto é, sob as condições decorrentes de um ponto de vista universal e astrofísico, um ponto de vista cósmico localizado fora da própria natureza.”A tecnologia investida pela ciência moderna serviu para mostrar a verdade desse abstracto, e também mostra que é uma verdade disposta e composta.
Mas, retirando as palavras a Arendt, “politicamente, o mundo moderno em que vivemos surgiu com as primeiras explosões atómicas.”
Hoje, os instrumentos e o conhecimento sugerido por estes confrontam-nos com a possibilidade arcaica do homo creator: sim, esses zombies biotecnológicos que emergem da plasticidade e do controlo laboratorial anunciam de novo um fim e um princípio.
A Maravilha #16
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