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Nós de nó. Nó Górdio. Nó de Cirurgião. Nó Lais de Guia Duplo. Nó Autoblocante. Lista de nós. Na verdade só se quiser aplicar numa carreira marítima. Embarcação ligeira ou de recreio. Não queremos nós, nem falsos nós. A palavra foi respigada por necessitar de uma lavagem. Apenas isso. Pois, uma náusea acontece na fonética: Nós? Mas há mais Nós sem ser os dos marinheiros? Há pelo menos um ao qual devemos prestar atenção. E esse foi escrito no início do século XX e, portanto, antecipado nas utopias construtivistas. Para Zamiatine a palavra Nós é uma estrutura bem montada nascida de um dispositivo panóptico, ainda assim, sujeita a descarrilamento. “Primavera. De lá de trás do Muro Verde, das planuras selvagens que escapam à nossa vista, o vento traz-nos o pólen amarelo e melífluo das flores. Este pólen seca-nos os lábios; temos de passar constantemente a língua pelos lábios e, muito provavelmente, todas as mulheres por quem passamos têm lábios doces (e o mesmo sucede, naturalmente, com os homens). O que perturba, em certa medida, o pensamento lógico. (...) — Desculpe – disse ela -, mas vejo-o olhar para tudo com um ar tão inspirado...como o Deus mitológico do sétimo dia da criação. Pelo que vejo, está convencido de que foi você e não outro quem me criou a mim, facto que muito me lisonjeia.” Não queremos nós a não ser para embarcações e marinheiros e pescadores que os fazem essenciais e bonitos. Chega e sobra morar em frente ao porto de atracagem.