O Sismógrafo (Zhang Heng, 132 d.C.). “Enquanto continuo a espreitar pelo canto do olho, apuro o ouvido à escuta do rumor que sobe, que aumenta. É um ruído de mandíbulas, ténue e formidável, uma linguagem de térmitas. Um idioma estranho, agudo e rude, feito de rangidos de saibro e de bicadas, um dialecto de insecto.” Mais, “Trinta milhões de besouros e de cigarras, de joaninhas e de grilos, todo um povo de insectos arcaicos — gafanhotos, lagartas, pulgões e borboletas — tomou posse da mesa e das cadeiras, dos móveis, das paredes, com um furor de animalejos. Põem-se em movimento com o tórax e o abdómen, as patas, as asas e as antenas. Roem, escavam, furam e debicam, pululam sob os rodapés. Têm a cabeça extremamente móvel poisada sobre um pescoço muito estreito. Carregam a casa inteira às costas”; (in, Ferrier, Michael, Fukushima: crónica de um desastre). O Sismo Vertical.